Se você observar, neste período eleitoral vemos
coisas do arco da velha; É como se o candidato fosse mordido pela mosca verde,
um inseto que contagia a mente do ser humano.
Aí reparamos as maiores maluquices no que diz
respeito à política. O candidato vive neste período pré-eleitoral seu sonho
oculto; as manobras dos chefões da política local usam e abusam da inocência do
candidato neófito. Mas, não são somente as raposas das eleições que tiram
proveito do pobre coitado, os amigos (entre aspas) também, vejamos: O infeliz
tem apenas 0,001% de probabilidade, entretanto quando chega numa roda de
pessoas, principalmente nos bares, são tratados como se já fossem eleitos e aí vêm
aqueles velhos chavões: “ Oh vereador,
paga uma cerveja para os seus eleitores...” “ este é o nosso vereador”... “chegou
o campeão de votos”..." este é o nosso verdadeiro representante"... E assim sucessivamente vão levando o candidato na
conversa e aos poucos a pagar todas as despesas. Quando possuem bens, entusiasmado, chega ao
ponto de vendê-los para investir na campanha. E o pior é que a grande maioria
destes pré-candidatos não aprendeu a lição na eleição anterior. A vaidade do
ser humano é tão grande que leva o homem ou a mulher a este vexame. Trabalham
como formiguinhas para os chefões usufruírem da legenda. Vou narrar um caso que
aconteceu no bairro do Magalhães na década de 60.
"Existia neste tempo o comitê político do PR; um
partido criado que tinha na sua maioria ex-combatentes. No período das eleições
reuniram-se e formaram as chapas para vereadores. Lembro que um dos candidatos
era o Sr. Iris Luz, morador da tradicional Rua Do Valo; Tinha chegado
naquela época o Sr. Inayá, aposentado que veio morar em Laguna, também no
bairro de Magalhães.
O período eleitoral começa, e as campanhas tomam
corpo e os candidatos vão à luta.
Como candidato também o Sr. Inayá; junto a sua
esposa, saem pelo bairro munido de um caderno de 60 folhas a procura de votos.
Batiam nas casas apresentavam-se, pediam os votos e anotavam seus nomes no
caderno. E assim foi campanha à dentro. Alguns dias passaram-se e já chegava à
reta final. O Sr. Inayá com seu caderno totalmente cheio de nomes fala a sua esposa: -
Mulher com estes votos todos já estou eleito, mas estou com pena do compadre
Iris; de agora em diante vamos pedir votos pra ele, e assim o fizeram. Chega o
grande dia, as cornetas da Radio Difusora anunciam nos altos-falantes das ruas
centrais; os candidatos todos de lápis e papel na mão anotando urna por urna
seus resultados. Começa a abrir pelo centro, nada de voto pro Sr. Inayá, mesmo
assim sempre otimista dizia: - deixa chegar as nossas
seções. E encurtando a conversa começa a abrir os votos das urnas do bairro de
Magalhães e continua o mesmo, Sr. Inayá não levava um voto. Fim das contas
depois de abrir as urnas do 3 de maio Sr. Inayá teve 2 votos. Era sua seção
eleitoral. Entretanto no período pré-eleitoral viveu o sonho de ser vereador,
representante dos Ex-combatentes. Não sei se a felicidade pré-eleitoral
compensou todo o esforço trabalhado, mas mesmo assim foi feliz, viveu seus dias de "vereador". Este é amigos,
o triste cenário da política, onde a inocência dos candidatos trabalha para
engordar as legendas das raposas locais. De vez em quando dá zebra, um é eleito
e serve de exemplos para centenas de desiludidos.
Alguns exemplos de candidatos sonhadores...
Um comentário:
Seria cômico, se não fosse trágico. Até quando teremos que aturar essa falta de vergonha? Será que esses estúpidos não percebem a importância de uma eleição? O TSE não deveria permitir tamanha falta de respeito para com o povo e para com o país.
Abçs
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