Acervo Musical Afonso Prates da Silva

Acervo Musical Afonso Prates da Silva

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

UM APÓLOGO


 Machado de Assis
Hoje revendo uma caixa com livros antigos, encontrei um caderno de português do tempo do ginásio Lagunense. Tive a felicidade de ser aluno do Professor Romeu Ulysséa, talvez a maior capacidade intelectual de Santa Catarina. Em um dos apontamentos encontrei uma solicitação do Professor referente ao apólogo de Machado de Assis " A Agulha e o novelo de linha". Fiz uma rápida leitura e achei por bem postar no blog. É a realidade atual, demonstrada por Assis em 1885.

“ERA UMA VEZ uma agulha, que disse a um novelo de linha: 

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? 
— Deixe-me, senhora. 
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. 
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. 
— Mas você é orgulhosa. 
— Decerto que sou. 
— Mas por quê? 
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? 
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? 
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... 
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando... 
— Também os batedores vão adiante do imperador. 
— Você é imperador? 
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... 
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a 
agulha: 
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima. 
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. 
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe: 
— Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. 
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: —
Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! 

Para completar esta matéria um pequeno vídeo de Arnaldo Jabor .

                                            
                                         

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

EU ACUSO...



CHEGAMOS AO FUNDO DO POÇO

Após refletir muito, hoje me convenci que estamos no Fundo do Poço.
Os anos passaram, eu sempre acreditando que iríamos melhorar; somos um país continental, produzimos quase tudo que necessitamos, temos uma agricultura excelente, somos uns dos maiores produtores de grãos do mundo, enfim, o que nos falta então? Ou governo inicia um tratamento de choque, ou ninguém conseguirá consertar este país. Na área da Educação fomos regredindo ano a ano até chegarmos ao ponto de hoje; na área da saúde, estamos com hospitais sucateados o povo sofrendo e morrendo nos corredores; e finalmente a segurança. Estamos vivendo sem garantias de nossos bens, de nossas vidas, culpa de leis criadas para facilitar o criminoso. O caso mais estúpido destas leis é referente ao ECA. É um absurdo um jovem de 17 anos ter tantas regalias, ri das autoridades constituídas, são os “ 007 da Vida”-possui autorização para matar. O povo está saturado de tantas injustiças. Agora, estamos iniciando o período eleitoral e lá vem os candidatos com o maior cinismo falar no tripé do seu governo (Educação, Saúde e Segurança) dá nojo ouvi-los, sabemos que nem eles possuem  garantias. Cheguei a este raciocínios lendo um artigo do Prof. De Direito Igor Pantuzza Wildmann, “ Tributo ao professor Kássio Vinicius Castro Gomes”,  vou citar alguns fragmentos deste artigo:  
Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado "dano moral" do estudante foi ter que... estudar!).” [...]
". Deixe o aluno "construir seu conhecimento." Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, "é o aluno que vai avaliar o professor". Afinal de contas, ele está pagando...[...]
E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de "novo paradigma" (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: "o bandido é vítima da sociedade", "temos que mudar ‘tudo isso que está aí'; "mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico'."[...]
“Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que "o mundo lhes deve algo".[...]
“Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.” [...]
“Ao assassino, corretamente, deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:” [...]
EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;” [...]

“ EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para "adequar a avaliação ao perfil dos alunos";[...]

“EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;” [...]

“ EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;” [...]

“ EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;“ [...]

“ EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu "tantos por cento";[...]

“EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma” nova cultura de paz", pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da "vergonha na cara", do respeito às normas, à autoridade e  do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;” [...]

“ Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor "nova cultura de paz" que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.” [...]
Bem amigo(a), agora é com você; tire suas conclusões.

                                

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

TOQUE DE SILÊNCIO


Quando estive em Pistóia na Itália, visitando a cidade e o cemitério de São Roque onde foram sepultados  os pracinhas brasileiros, confesso que passei a refletir mais sobre a guerra; este mal que desgraça o mundo, matando e mutilando milhares de pessoas inclusive crianças.
Hoje recebi um E-mail de meu amigo e vizinho Rudy Fonseca um texto que narra a história e origem do “Toque de Silêncio”. Nada mais justo de postar aos amigos que como eu talvez não tenha idéia de como surgiu à música hoje executada em todas as cerimônias fúnebres por militares.

“Tudo começou em 1862 durante a Guerra Civil Americana quando o Capitão do Exército da UNIÃO, Robert Elly estava com seus homens perto de Harrison’s Landing no Estado da Virginia e o Exército Confederado estava próximo a eles, do outro lado do terreno. 
Durante a noite, o Capitan Elly escutou os gemidos de um soldado ferido no campo. Sem saber se era um soldado da União ou da Confederação, o Capitão decidiu arriscar sua vida e trazer o homem ferido para dar-lhe atenção médica. Arrastando-se através dos disparos, o capitão chegou ao soldado ferido e começou a arrastá-lo até seu acampamento. Quando o Capitão chegou finalmente às suas próprias linhas, descobriu que em realidade era um soldado confederado. Mas, o soldado já estava morto. 

O capitão acendeu sua lanterna para, mesmo na penumbra, ver o rosto do soldado. De repente, ficou sem fôlego e paralisado. Tratava-se de seu próprio filho. O menino estava estudando música no Sul quando a guerra se iniciou. Sem dizer nada a seu pai, o moço havia se alistado no exército confederado. 
Na manhã seguinte e com o coração destroçado, o pai pediu permissão a seus superiores para dar a seu filho um enterro com honras militares apesar de ele ser um soldado inimigo. O Capitão pediu se poderia contar com os membros da banda de músicos para que tocassem no funeral de seu filho. Seu pedido foi parcialmente aprovado. 

Por respeito ao pai, lhe disseram que podiam lhe dar um só músico. O Capitão, então, escolheu um corneteiro para que ele tocasse uma série de notas musicais que encontrou no bolso do uniforme do jovem falecido.
“Nasceu assim à melodia inesquecível que agora conhecemos como Taps, cuja letra é a seguinte:”
O dia terminou, o sol se foi
Dos lagos, das colinas e do céu.
Tudo está bem, descansa protegido,
Deus está próximo.
A luz tênue obscurece a visão.
E uma estrela embeleza o céu, brilhando luminosa.
De longe, se aproximando,
 cai a noite.
Graças e louvores para os nossos dias
debaixo do sol, debaixo das estrelas, debaixo do céu,
enquanto caminhamos, isso nós sabemos,
Deus está próximo.

Esta melodia não é necessário fazer comentário, acredito que todos nós já a ouvimos alguma vez.

                                               


terça-feira, 7 de agosto de 2012

TAL PAI, TAL FILHO....



O caráter de uma pessoa é formado no convívio do Lar. Os pais devem sempre verificar seus atos e métodos de vida. Durante a infância a criança tem na figura dos pais o exemplo a ser seguido durante toda sua vida. O conto narrado abaixo é baseado numa história real. Acredito ótimo para uma boa reflexão. Como estamos na semana em homenagem aos pais escolhi este texto como um presente a todos os pais e futuros pais.


“Haja o que Houver, estarei sempre com Você”

 Na Romênia, um homem dizia sempre a seu filho:

- "Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado".

Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase arrasou as construções lá existentes nesta época.

Estava nesta hora este homem em uma estrada.

Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho nesta hora estava na escola. Foi imediatamente para lá. E a encontrou totalmente destruída. Não restou, uma única parede de pé...

Tomado de uma enorme tristeza ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa. ( não cumprida)

” Haja o que houver: eu estarei sempre a seu lado".

Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição.

A voz de seu filho e sua promessa não cumprida o dilacerava.

Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua mãozinha.

O portão (que não mais existia)...

Corredor...

Olhava as paredes, vendo aquele rostinho confiante...

...passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar. Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto.

Portão... Corredor... Virou à direita...

E parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha de material destruído.

Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe.

Olhava tudo... Desolado...

E continuava a ouvir sua promessa:

- "Haja o que houver, eu sempre estarei com você".

E ele não estava...

Começou a cavar com as mãos.

Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:

- Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém.

- Vá para casa.

Ao que ele retrucava:

- Você vai me ajudar?

Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco, todos se afastavam.

Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida. 

Havia outros locais com mais esperança.

Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era:

- Você vai me ajudar?

Mas eles também o abandonavam.

Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa...

- Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo? Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar, pois continuam havendo explosões e incêndios.

Ele retrucava:

- Você vai me ajudar?

- Você esta cego pela dor não enxerga mais nada. Ou então é a raiva da desgraça.

- Você vai me ajudar?

Um a um todos se afastavam.

Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos, mas não se afastava dali. 5 hs / 10 hs / 12 hs/ 22 hs / 24 hs /30 hs...

Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu:

- Pai...estou aqui!

Feliz, fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:

- Você está bem?

- Estou. Mas com sede, fome e muito medo.

- Tem mais alguém com você?

- Sim, dos 36 da classe, 14 estão comigo; estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem!

Apenas se conseguia ouvir seus gritos de alegria.

- Pai, eu falei a eles:

- Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora...

- "Haja o que houver meu pai, estará sempre a meu lado".

- Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco.

- Não! Deixe-os saírem primeiro...

- Eu sei que haja o que houver... Você estará me esperando!

 

Encerro este texto com uma mensagem especial de um filho a seu pai . Dedico este artigo a todos os pais, no seu dia e a todos os dias de suas vidas.










quinta-feira, 2 de agosto de 2012

TICO-TICO NO FUBÁ

Tico-tico no fubá
A composição desta música, conforme o filme, origina-se quando ao moer o trigo no engenho da família, Zequinha observava os pássaros comendo os pedaços de grão que caiam das batidas do pilão.O movimento do pilão cria um andamento semelhante a um compasso musical; na seqüência a música vai tomando corpo até o final da composição.Tico-Tico no fubá é o exemplo perfeito do Choro clássico, em três partes.

“José Gomes de Abreu, mais conhecido como Zequinha de Abreu (Santa Rita do Passa Quatro), 19 de setembro de 1880  São Paulo, 22 de Janeiro de 1935) foi um músico, compositor e instrumentista brasileiro. Tocava flauta, clarinete e requinta. Um dos maiores compositores de choros, é autor do famoso choro "Tico-Tico no Fubá" que foi muito divulgado no Exterior nos anos 40 por Carmen Miranda. É pouco provável que a similaridade desta melodia com uma no último movimento do Concerto para Piano Op.15 de Beethoven seja mera coincidência. Abreu foi organizador e regente de orquestras e bandas no interior paulista.
Zequinha de Abreu era o mais velho dos oito filhos do boticário José Alacrino Ramiro de Abreu e Justina Gomes Leitão. Sua mãe ansiava para que ele seguisse a carreira de padre e o pai, desejava que se formasse em medicina. Mas aos seis anos de idade, ele já mostrava que tinha vocação para a música, tirando melodias da flauta. Ainda durante o curso primário organizou uma banda na escola, da qual ele mesmo era o regente. Com 10 anos, já tocava requinta, flauta e clarinete na banda e ensaiava suas primeiras composições.
Zequinha estudou em Santa Rita do Passa Quatro e no Colégio São Luís de Itu. Em 1894 foi para o Seminário Episcopal de São Paulo, onde aprendeu harmonia. Aos 17 anos voltou para sua cidade natal e fundou sua própria orquestra visando se apresentar em saraus, bailes, aniversários, casamentos, serestas e em cinemas, acompanhando os filmes mudos. Nessa época, fez suas primeiras composições conhecidas, como "Flor da Estrada" e "Bafo de Onça".
Aos 18 anos contraiu matriônio com Durvalina Brasil, que tinha apenas 14 anos de idade. O casal morou por alguns meses no Distrito de Santa Cruz da Estrela, atual Jacerandi, próximo a Santa Rita. Cuidavam de uma farmácia e de uma classe de ensino primário. De volta à Santa Rita, Zequinha coordenou o trabalho da orquestra com os cargos de secretário da Câmara Municipal e de escrevente da Coletoria Estadual.
Principais composições:
Tico-Tico no Fubá - choro
Branca -  Valsa
Tardes de Lindóia -   Valsa
Amando sobre o mar -  Valsa       
Origem: Wikipédia

Este vídeo foi gravado pela Orquestra Filarmônica de Berlim, numa apresentação espetacular de Carmen Miranda com adaptação de imagens.