Acervo Musical Afonso Prates da Silva

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domingo, 4 de março de 2012

LAS MANOS DEL ABUELO


Este texto é de autor desconhecido, origem espanhola, traduzida para o português.
Ao pesquisar uma música para elucidar este artigo, encontrei “Adiós Nonino”, de Astor Piazzolla.
A canção Adiós Nonino, uma das mais conhecidas composições, foi feita em homenagem a seu pai, quando este estava no leito de morte, Vicente “Nonino” Piazzolla em 1959.
 Transcrevo as suas  palavras, acreditando que esta canção seja apropriada para enaltecer este texto.
Após vinte anos, Astor Piazzolla diria: “Talvez eu estivesse rodeado de anjos. Foi a mais bela melodia que escrevi e não sei se alguma vez farei melhor.”




AS MÃOS DO AVÔ
Meu avô, com  noventa e tantos anos, sentado debilmente  no banco do jardim, não se movia. 
Estava cabisbaixo  olhando suas mãos. 
Quando me sentei ao seu lado,  não notou minha presença, o tempo  passava, então lhe perguntei se estava  bem.
Finalmente, sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava, lhe perguntei como se sentia.
 
Nunca  voltará  a ver minhas mãos da mesma  maneira 
Levantou sua  cabeça me olhou e sorriu. “Estou bem,  obrigado por perguntar”, disse com uma  forte e clara voz. 



Não quis  incomodá-lo avô, mas estavas sentado aqui  simplesmente olhando suas mãos e quis  ter certeza de que estivesse bem, lhe  expliquei. 
Meu avô  me perguntou: “Alguma vez você já olhou  suas mãos? 
Quero dizer,  realmente olhou suas mãos?”
Lentamente  soltei minhas mãos  das de meu avô,  as abri e as   contemplei. Virei as  palmas para cima e  fiquei olhando-a. 
Não,  creio que realmente  nunca as havia observado.  Queria saber o que  meu avô queria dizer-me. 


Meu  avô sorriu, e me  contou uma história.
Pare  e pense um momento sobre como tuas  mãos tem te servido através dos anos. 
Estas  mãos, ainda que enrugadas, secas e débeis   tem sido as ferramentas que usei toda  a minha vida para alcançar, pegar e  abraçar.
Elas  puseram comida em minha  boca e roupa em  meu corpo. 
Quando  criança, minha mãe  me ensinou a juntá-las  em oração. 
Elas  amarraram os cadarços  dos meus sapatos, e  me ajudaram a calçar  minhas botas. Estiveram  sujas, esfoladas, ásperas  e dobradas. 
Minhas   mãos se mostraram  inábeis quando tentei  embalar minha filha  recém nascida. 
Decoradas  com uma aliança, mostraram  ao mundo que estava  casado e que amava   alguém muito especial. 
    Elas tremeram quando enterrei meus pais e esposa, e quando entrei na igreja com minha filha no dia de seu casamento.
  Tem coberto meu rosto, penteado meu cabelo e lavado e limpado todo meu corpo.
E  até hoje, quando quase  nada de mim funciona  bem, estas mãos me  ajudam a levantar e  a sentar, e se  juntam para orar.
Estas  mãos são as marcas  de onde estive e  a dureza de minha  vida. Mas, o mais  importante, é que são  estas mãos que Deus  tomará nas Suas quando  me levar a Sua  presença.
Desde  então, nunca mais vi minhas mãos  da mesma maneira. 
Mas  lembro quando Deus esticou  Suas mãos e tomou  as de meu avô  e o levou a Sua  presença.
Cada  vez que vou  usar  minhas mãos penso em  meu avô; na verdade  nossas mãos são uma  benção.
Hoje  me pergunto: 
O  que estou fazendo com  minhas mãos?
Estarei   usando-as  para  abraçar e expressar  carinho, ou as estarei  brandindo para expressar  ira e repulsa ao  outros.
Hoje,  demos graças a Deus  por nossas mãos, somente  aqueles que as tem  sabem o valor que  elas representam em  nossas vidas. 


Olhe  suas mãos,examine-a enquanto ouve esta belíssima canção.

                                         

5 comentários:

dunga disse...

UM beijao pro meu de vo =D eu olho o blog ta?
um beijao do Dunga estamos esperando por voces =D.

guido finizia disse...

Bonita historia e boniits melodia!!
Obrigado por compartilharla

Fernanda disse...

Papy:
Esta música fez o João se apaixonar por Piazzolla...ela tem alma!Esse texto unido a esta música nos desarma e faz com que pensemos em viver de uma forma cada vez mais humanizada,pensando que todos são um dom de Deus.Nos dando consciência que realização e felicidade depende do modo como vivemos a relação com os outros. Te amo ...Beijos

Sandra Helena Queiróz Silva disse...

QUERIDO PRIMO,

BELO TEXTO, PROFUNDO E UMA REFLEXÃO PLENA DE ATOS QUE O TEMPO DEMARCA EM LINHAS QUE AS MÃOS TRAZEM COMO LABORIOSA OBRA DIVINA DO TRABALHO.SEJA ESTE PARA O SUSTENTO, AMOR, COMPAIXÃO E CARIDADE. QUE EM MINHAS ORAÇÕES EU OLHE PARA O TEMPO DAS MINHAS MÃOS E AGRADEÇA PELO BELO ESPETÁCULO DE LER E DIGITAR ESTE COMENTÁRIO, E PARABENIZA-LO POR DETALHES EM SEU BLOG QUE FAZ A DIFERENÇA.

BEIJOS DE LUZ!

Anônimo disse...

Afonso,acertasse tudo.
A bela música com sua tocante história, e o texto, bonito e verdadeiro.
abraço
Mara