Acervo Musical Afonso Prates da Silva

Acervo Musical Afonso Prates da Silva

terça-feira, 24 de julho de 2012

DANÇAR DE ROSTO COLADO





V I N H O   V E R D E
Existem momentos na vida que o passado traz lembranças importantes. Tudo veio à tona quando no frio da noite sorvia um vinho verde na companhia de minha mulher onde lembrávamos os antigos bailes, bailes estes que nos uniu no início de nossas vidas e nos mantém juntos por mais de meio século.  Recebi de meu amigo Rudy Fonseca um texto de Rogério Mendellsk, que veio completar nosso devaneio, sobre os bailes de antigamente; quando, “ rosto colado é coisa que os jovens de hoje não conhecem como preliminares de um ato de sedução...[ ] indo a diante leio : uma cuba libre talvez fosse o combustível para encorajar o ato de atravessar o salão e chegar na mesa com o convite, formalismo, “vamos dançar?”
O “sim” dela poderia significar que também queria dançar, pois os olhos já tinham se cruzado num momento do baile... [ ]
As danças se prolongariam por todo o baile e na hora exata, os rostos se colavam e a sedução começava com uma conversa de ouvido...[ ] O ato de seduzir transforma-se numa enciclopédia romântica que valia até mentiras ingênuas. Atualizando a época, temos hoje o baile Funk, mais que reunião de jovens, é um convescote de traficantes em busca de novos babacas para início de uma vida de vícios. Vale o mesmo para festa Reive e os incidentes estão aí na imprensa para que o colunista não passe por um “velho recalcado”. A sedução transformou-se em agressão sexual, para ambos os lados. [ ] Rosto colado nem mesmo quando o DJ aposta em algo lento para descansar  os dedos. O barulho do bate-estaca acabou com o diálogo.  Sem diálogo não há sedução.
Está bem, somos velhos quando falamos em “rosto colado”, mas ninguém pode roubar de nossa memória um tempo mágico onde o cavalheirismo de uma dança fazia-nos flutuar por salões com pessoas especiais. E quem não dançou uma vez na vida de rosto colado não sabe o que perdeu.”
Um jantar regado por um “vinho verde” é uma boa opção para você refletir um pouco sobre tudo que estamos passando atualmente, não há mais bailes, os conjuntos melódicos são apenas lembranças, os clubes estão  fechando  seus salões, as reuniões dos casais já não mais acontecem. Para abrilhantar o seu jantar a dois ouça Altemar Dutra na música portuguesa “Vinho Verde”.
                                      


3 comentários:

Fernanda disse...

Papy romântico...também gosto de dançar de rosto colado com meu amor...Beijos

Sandra Helena Queiróz Silva disse...

AFONSO QUERIDO,

SÃO LEMBRANÇAS QUE RENOVAM A ALMA E O CORPO.SÓ O FATO DE RECORDAR,JÁ NOS TRANSPORTA PARA UMA ÉPOCA QUE APRECIAR UMA DANÇA, AS MÚSICAS E OS OLHOS DE ALGUÉMA TE ESPREITAR ERA UM FASCÍNIO.A ESPERA DA FRASE: VAMOS DANÇAR?AINDA DANÇO DE ROSTO COLADO, COM MÚSICAS QUE VALEM A PENA OUVIR E UM PAR ROMÂNTICO AJUDA E MUITO A VIVER MEIO SÉCULO, QUE OS ANOS BAILEM SEMPRE EM NOSSAS MENTES, FEITO VALSA NOS SALÕES DA VIDA.BEIJOS DE LUZ!

Leila Fonseca disse...

Sem dúvida nenhuma esses "pequenos grandes" rituais se perderam no tempo... A garotada não se dá mais ao trabalho de seduzir, pelo menos do modo que nós conhecemos. Aquela magia, aquela expectativa, aquele mistério, não existem mais. Hoje, as coisas acontecem rápido demais, praticamente atropelando-se, pulando etapas tão bonitas e importantes... Porém, fazer o quê? Somos velhos e antiquados se falamos o contrário. Sinais dos tempos...Eles nunca saberão como era bom...
Abçs