V
I N H O V E R D E
Existem
momentos na vida que o passado traz lembranças importantes. Tudo veio à tona
quando no frio da noite sorvia um vinho verde na companhia de minha mulher onde
lembrávamos os antigos bailes, bailes estes que nos uniu no início de nossas
vidas e nos mantém juntos por mais de meio século. Recebi de meu amigo Rudy Fonseca um texto de
Rogério Mendellsk, que veio completar nosso devaneio, sobre os bailes de
antigamente; quando, “ rosto colado é coisa que os jovens de hoje não conhecem
como preliminares de um ato de sedução...[ ] indo a diante leio : uma cuba
libre talvez fosse o combustível para encorajar o ato de atravessar o salão e
chegar na mesa com o convite, formalismo, “vamos dançar?”
O
“sim” dela poderia significar que também queria dançar, pois os olhos já tinham
se cruzado num momento do baile... [ ]
As
danças se prolongariam por todo o baile e na hora exata, os rostos se colavam e
a sedução começava com uma conversa de ouvido...[ ] O ato de seduzir
transforma-se numa enciclopédia romântica que valia até mentiras ingênuas.
Atualizando a época, temos hoje o baile Funk, mais que reunião de jovens, é um
convescote de traficantes em busca de novos babacas para início de uma vida de
vícios. Vale o mesmo para festa Reive e os incidentes estão aí na imprensa para
que o colunista não passe por um “velho recalcado”. A sedução transformou-se em
agressão sexual, para ambos os lados. [ ] Rosto colado nem mesmo quando o DJ
aposta em algo lento para descansar os
dedos. O barulho do bate-estaca acabou com o diálogo. Sem diálogo não há sedução.
Está
bem, somos velhos quando falamos em “rosto colado”, mas ninguém pode roubar de
nossa memória um tempo mágico onde o cavalheirismo de uma dança fazia-nos
flutuar por salões com pessoas especiais. E quem não dançou uma vez na vida de
rosto colado não sabe o que perdeu.”
Um
jantar regado por um “vinho verde” é uma boa opção para você refletir um pouco
sobre tudo que estamos passando atualmente, não há mais bailes, os conjuntos
melódicos são apenas lembranças, os clubes estão fechando
seus salões, as reuniões dos casais já não mais acontecem. Para
abrilhantar o seu jantar a dois ouça Altemar Dutra na música portuguesa “Vinho
Verde”.
3 comentários:
Papy romântico...também gosto de dançar de rosto colado com meu amor...Beijos
AFONSO QUERIDO,
SÃO LEMBRANÇAS QUE RENOVAM A ALMA E O CORPO.SÓ O FATO DE RECORDAR,JÁ NOS TRANSPORTA PARA UMA ÉPOCA QUE APRECIAR UMA DANÇA, AS MÚSICAS E OS OLHOS DE ALGUÉMA TE ESPREITAR ERA UM FASCÍNIO.A ESPERA DA FRASE: VAMOS DANÇAR?AINDA DANÇO DE ROSTO COLADO, COM MÚSICAS QUE VALEM A PENA OUVIR E UM PAR ROMÂNTICO AJUDA E MUITO A VIVER MEIO SÉCULO, QUE OS ANOS BAILEM SEMPRE EM NOSSAS MENTES, FEITO VALSA NOS SALÕES DA VIDA.BEIJOS DE LUZ!
Sem dúvida nenhuma esses "pequenos grandes" rituais se perderam no tempo... A garotada não se dá mais ao trabalho de seduzir, pelo menos do modo que nós conhecemos. Aquela magia, aquela expectativa, aquele mistério, não existem mais. Hoje, as coisas acontecem rápido demais, praticamente atropelando-se, pulando etapas tão bonitas e importantes... Porém, fazer o quê? Somos velhos e antiquados se falamos o contrário. Sinais dos tempos...Eles nunca saberão como era bom...
Abçs
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