Acervo Musical Afonso Prates da Silva

Acervo Musical Afonso Prates da Silva

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O DIA DA RESSURREIÇÃO


Certa noite, altas horas, o sono não vinha, virava-me na cama, ligava a TV, trocava a posição do travesseiro e o sono não chegava mesmo; assim sendo, comecei a pensar na vida, milhares de imagens se formavam, lembrei parentes, amigos e por fim recordei os ensinamentos da irmã Hitura, do colégio Stella Maris, minha primeira professora de piano, falava sempre da ressurreição.

Desde criança, aprendi ouvindo meus pais, meus avós, que um dia Jesus voltaria a terra e iria ressuscitar todos os mortos.
Bem, na primeira vez que veio a terra, foi por muitos ignorado, a grande maioria dos povos só vieram a acreditar Nele, após sua morte. E a partir deste período tudo foi registrado através de contos narrados pelas famílias de geração em geração.
Aí, comecei a pensar: Jesus ao retornar a terra visitaria o mundo, como? De avião? De navio? E o que mais me intrigava era aonde chegaria; Na América? Na Europa?Na Ásia? Na África? Uma dúvida surgiu; como iria vestir-se? Calça jeans? Talvez, mas o importante seria a simplicidade, requisito seu na primeira visita. Para pregar ao povo não seria surpresa, usaria uma rede de TV, com imagem em HD o que evitaria ter que andar tanto, além de atingir milhões de ouvintes em todos os recantos do mundo. Mas, que pensaria Jesus da humanidade hoje? Levando em conta sua última experiência, procuraria novamente um pescador? Na sua infinita sabedoria conhece bem os pescadores de hoje, muitos como os de Seu tempo, artesanais, outros verdadeiros indústrias da pesca;  até drogas nos peixes já colocaram, traficando este mal que muito  assemelhou-se as piores doenças do seu tempo, fazendo da humanidade uma raça doente, degradada pelos piores crimes. Acreditá-lo-ia no pescador de hoje? E aí surgiu a minha maior dúvida: Quem seriam os seus discípulos? Haveria necessidade? Quem nos dias de hoje teriam cacife para ser chamados por Ele? Hoje está claro que os chavões usados pelas religiões, com pequenas exceções, são na realidade verdadeiras falácias, como:       “ Todas as religiões  levam-nos à Deus”.Neste caso, as religiões que tanto usam e exploram seu nome, seriam considerados seus representantes na terra? Entrariam em conflitos, mesmo na presença Dele?
E  assim, cada vez mais, encucava-me. Que explicações dariam os homens que usaram seu nome para enriquecer, formando verdadeiras quadrilhas de aproveitadores.  Claro Ele saberia separar o joio do trigo, já fez isto uma vez, porque existem muitos religiosos verdadeiros, que acredito serão chamados para acompanhá-Lo. E o que pensaria Jesus quanto à discriminação racial? Fato este que no seu tempo não existiu. E da homofobia? Iria Ele apoiar estes novos fatos? Afinal contraria os mandamentos de seu pai.  E os governantes como seriam julgados? Sim por que todos ao assumirem seus  cargos, juram cumprir as leis dos homens e de Deus. E como julgaria Jesus, nossas justiças? Estariam cumprindo realmente as leis, afinal a todos os seus julgados juram dizer a verdade em nome de Deus, seu pai. Assim pensei; uma coisa eu tenho certeza, para o apocalipse não terá muito trabalho, não será necessário água, terremotos, ou outro tipo de catástrofe. Reuniria os presidentes das grandes potências e diria: “Com licença, necessito apenas apertar uns botões.” E agradecendo a todos diria: Afinal, neste tempo todo que passei ausente, vocês criaram alguma coisa para ajudar-Me a fazer justiça.
Texto:   Afonso Prates da Silva